Segundo Guimarães Rosa “A felicidade se acha em horinhas de descuido” e que tal você abrir o seu microfone, fechar os olhos, respirar fundo e lembrar do momento mais feliz dessa jornada até agora?
“Brasil ganha prêmio internacional pelos avanços educacionais realizados nos últimos anos e Professora Sertaneja, associada a recém fechada Ensina Brasil, ganha prêmio global teacher prize por práticas pedagógicas no Município de Petrolina, considerada a melhor educação do país”
Sonhos são como faróis que nos guiam diante da realidade e nos impulsionam na construção de um mundo melhor:
Um dia nenhuma criança irá para a escola sem comer.
Um dia todas as crianças terão seus corpos e liberdades respeitadas.
Um dia todas as meninas e mulheres negras, pobres e nordestinas poderão se “amostrar e ousar” em cargos de liderança, sem carregar o medo e o estigma de serem quem são.
Um dia nenhuma criança irá para a escola fugindo da violência doméstica.
Um dia todos os professores e professoras deste país serão reconhecidos como as maiores lideranças do mundo.
Porque um dia 29 petroliners saíram de suas casas, do seio de suas famílias e do lado daqueles que amam com a bagagem cheia de medo e o coração repleto de coragem para plantar vida em um outro lugar, em um terreno seco e árido, em um lugar cercado de talento e esperança no olhar de cada estudante pelas salas que passaram com o objetivo de construir a educação pública, gratuita e de qualidade no meio do sertão e vivenciar os dois anos mais loucos, intensos e transformadores de suas vidas, detalhe, com uma pandemia de nível global no meio.
Porque um dia cada professor e cada professora saiu de suas casas diariamente de bike, de ônibus, de carro e a pé, contrariando todas as estatísticas de interesse pela profissão de docente, para construir a maior ferramenta de transformação social que esse país tem: A educação e seus educadores.
Porque um dia elas e eles decidiram morar com estranhos, que conheceram em menos de dois meses , e dividir a jornada de dor, alegrias e superação por dois longos anos de formação passando por jantares cercados de vinhos e carinhos, almoços de domingo em família e encontros no bar do Gato, no bar do Julião, no Portelinha e em muitas aventuras pelas águas do Velho Chico. Formando laços que a partir do dia de hoje se tornaram lembranças na mente daqueles que aprenderam a amar. E como tudo nessa vida severina a despedida, o adeus e/ou o até logo doeram muito em quem fica. Mas nos mostraram que aqueles que amamos, de verdade, sem apego, permanecem eternos dentro daquilo que somos. E no final é a trajetória que importa, pois o fim é certeiro.
Todos chegamos a esse um dia. Alguns de nós feridos e machucados. Mas e a vida? A vida é etc... o correr da vida embrulha tudo. O que ela quer da gente é coragem! E é preciso ressaltar: TODOS E TODAS FORAM CORAJOSOS, seja lá o que isso for significar no futuro.
Para finalizar, parafraseio mais uma vez o grande Guimarães Rosa e agradeço pela contribuição que todos vocês e cada um deu a minha terra dizendo: O sertão é sem lugar, o sertão é do tamanho do mundo, o sertão está em toda parte, o sertão é dentro da gente.. E agora você também é o sertão e tudo que já foi e o começo do que há de vir. A vida inventa. Sorte é isto: merecer e ter.
Até as salas de aula da vida.